sábado, 15 de janeiro de 2011

Notícia: Após Manifestação, audiência pública sobre projeto Nova Luz é cancelada em SP

Após manifestação, audiência pública sobre projeto Nova Luz é cancelada em SP


ANDRÉ MONTEIRODE SÃO PAULO


Após protesto que contou com passeata e fechamento de lojas na região da rua Santa Ifigênia (centro de São Paulo), o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem, cancelou na noite desta sexta-feira a audiência pública de apresentação do projeto preliminar de revitalização da região, chamado Nova Luz.


Lojistas do entorno abaixaram as portas e se reuniram por volta das 15h, para protestar contra o projeto, que prevê a demolição de 30% da área conhecida como cracolândia. Os trabalhadores temem ficar desempregados. Acompanhados de carro de som, apitos e nariz de palhaço, eles seguiram em passeata até a Fatec, na avenida Tiradentes, onde ocorreria a audiência pública.



"O objetivo do protesto é mostrar que aqui não é cracolândia. Aqui tem trabalhadores e uma história de mais de 200 anos", afirmou Paulo Garcia, presidente da ACSI (Associação dos Comerciantes da Santa Ifigênia).



Segundo a Polícia Militar, cerca de 1.100 pessoas participaram do início da passeata. Já na Fatec, os manifestantes reivindicavam entrar no auditório para acompanhar a audiência.



Com capacidade para 350 pessoas, o local ficou lotado e muitas pessoas aguardavam do lado de fora. Alertado pela PM sobre a impossibilidade de garantir a segurança se mais pessoas participassem, o secretário decidiu cancelar a audiência.


"Foi motivo de segurança. Despertou interesse muito grande. A gente não podia arriscar a fazer. Vamos remarcar o quanto antes e tentar fazer em um lugar maior", afirmou Bucalem.


O secretário afirma que o andamento do projeto não será prejudicado. "É normal, faz parte do processo democrático. Veio mais gente, aí não pôde fazer [a audiência].



" Os trabalhadores, no entanto, comemoraram. "A gente queria ser ouvido. Eles queriam fazer um projeto desse sem consultar ninguém e perceberam nossa força. Agora vamos participar [da próxima audiência] e queremos ouvir. Somos comerciantes. Primeiro nos oferecem alguma coisa, aí avaliamos se vale a pena. Mas tudo tem que ser feito às portas abertas", afirmou o vice-presidente da ACSI, Luiz Cláudio Vieira.
Carlos Cecconello/Folhapress



Manifestantes protestam contra projeto Nova Luz na região central de São Paulo

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