quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Notícia: Brasil tem 38% dos adolescentes em situação de pobreza, diz Unicef

Brasil tem 38% dos adolescentes em situação de pobreza, diz Unicef
Jovens com idade entre 12 e 17 anos também morrem mais que adultos
Marina Marquez, do R7, em Brasília
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O índice de pobreza entre adolescentes no Brasil é maior do que entre o restante da população, de acordo com dados da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) divulgados nesta quarta-feira (30). Entre 2009, 38% dos adolescentes estavam em situação de pobreza no país, enquanto 29% da população se encontrava na mesma situação.
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De acordo com a representante da Unicef no Brasil, Marie-Pierre Poirier, o indicador de extrema pobreza aumentou nos últimos anos entre adolescentes, enquanto diminuiu no restante da população.
- Nosso principal desafio é quebrar o ciclo infernal da pobreza. Uma pessoa que cresce em família pobre, é uma criança e adolescente pobre, tem mais chances de chegar à vida adulta com as mesmas oportunidades e renovar a situação de pobreza na família.
Em 2004, 16,3% dos adolescentes brasileiros viviam em situação de extrema pobreza. Em 2009, esse número saltou para 17,6% de meninos e meninas entre 12 e 17 anos vivendo em famílias com menos de um salário mínimo.
O pior índice foi no Nordeste, onde 32% dos adolescentes eram extremamente pobres em 2009, seguido do Norte (22,1%) e Centro-Oeste (9,6%).
Vários fatores, segundo a representante da Unicef, podem levar a esse aumento da pobreza, entre eles o número de crianças e adolescentes vivendo na rua e meninos e meninas que tornam-se chefes de família mais cedo.
- Quando um adolescente tem que cuidar da família ele deixa de viver sua adolescência para viver a infância de outras crianças. Inserir os adolescentes no Bolsa Família melhorou a situação, mas ainda precisamos fazer muito no país.
Taxa de homicídio
Os adolescentes também são vítimas de homicídio em maior proporção que o restante da população. Em 2009, os dados da Unicef revelaram que 43,2 adolescentes em cada 100 mil morreram assassinados, enquanto no restante da população esse número foi de 20 mortos a cada grupo de 100 mil.
Em locais do país em que os índices de mortalidade e violência são maiores, isso se reflete na população jovem. É o caso do Espírito Santo, por exemplo, que em 2009 teve 54,7 adolescentes mortos para cada 100 mil.
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Detentos custam mais que alunosO Distrito Federal aparece em segundo lugar no ranking de regiões com maior taxa de homicídio, com 36,6 jovens assassinados. Marie-Pierre diz que já era esperado que essas regiões tivessem índices mais chamativos.
- O DF e o Espírito Santo são regiões muito desiguais. Locais assim têm taxas mais alarmantes. Alguns grupos merecem mais atenção das políticas públicas brasileiras, de acordo com a representante da Unicef. Para Marie-Pierre, adolescentes vítimas de violência sexual, meninas mães, adolescentes chefes de família e jovens que vivem na rua precisam de "cuidados especiais" do Estado.
- Esses quatro grupos, na nossa opinião, precisam de um olhar diferente da sociedade. Quando o disque-denúncia tem 80% das ligações revelando exploração sexual de meninas adolescentes, por exemplo, a sociedade precisa repensar o que está acontecendo. Para Marie-Pierre, são situações desafiadoras que alertaram a Unicef e devem ter um foco particular das políticas públicas.


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