segunda-feira, 19 de março de 2012

Notícia: Para zerar fila por creches Kassab teria que abrir 404 vagas por dia

Publicado em 14 de março de 2012 · Adicionar comentário

Promessa de campanha 2008 do atual prefeito não é cumprida; déficit só aumentou durante a gestão

Por Felipe Rousselet

Marcha Mundial das Mulheres. Luta por mais creches foi uma das causas defendidas. (Foto: Jesus Carlos / Flickr)

Durante a campanha para a Prefeitura, em 2008, uma das grandes promessas do atual prefeito, Gilberto Kassab (PSD), era zerar a fila por vagas em creches. Mas, ao contrário do que prometeu, o déficit de vagas aumentou durante a sua gestão. Em dezembro de 2008, a Secretaria Municipal de Educação registrou um déficit de pouco menos de 60 mil vagas. Hoje, a fila chega a mais de 117 mil nomes. Para cumprir a promessa de campanha e zerar a fila, Kassab teria que criar 404 vagas por dia até o fim do ano.

Nos últimos cinco meses, o déficit de vagas caiu em 56,4 mil crianças, mas, segundo a própria Secretária Municipal de Educação, a redução é reflexo da evasão escolar e da ascensão dos alunos para a pré-escola e ensino fundamental. Neste período, foram criadas apenas 4.694 vagas em creches. Segundo a Secretaria de Educação, o bairro com o maior déficit de vagas é o Grajaú, zona sul, onde 5.999 crianças aguardam por uma vaga. Somados, os bairros da região sul representam 27,2% da fila total. Já na região central e em bairros nobres como Alto de Pinheiros, Jardim Paulista e Moema, a fila por vagas é bem menor. A fila nestes bairros tem apenas 400 nomes, bastando a construção de duas creches para atender a demanda.

No final do mês passado, a Prefeitura desistiu da polêmica troca de 18 terrenos por creches. Além da repercussão negativa gerada pelo projeto, não há mais tempo para concretizar as licitações até o fim do ano. A Secretaria Municipal de Educação agora se organiza para retomar a terceirização de creches. A administração indireta de creches, gerenciadas por ONGs em prédios da prefeitura, e conveniadas, administradas por ONGs em prédios particulares, foi amplamente utilizada entre 2005 e 2009. Na época, a prática também gerou controvérsia. Uma auditoria do TCM (Tribunal de Contas do Município), de julho de 2008, apontou que nessas entidades os professores são menos qualificados. Existia nas creches terceirizadas um professor com formação universitária para cada 59,5 alunos; nas unidades administradas pela prefeitura, a relação era de um para 4,8. De acordo com dados da Secretaria Municipal de Educação, atualmente existem 1.122 creches terceirizadas em São Paulo.

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