NOTA EM REPUDIO A VIOLENCIAS DE DISCRIMINAÇÃO ETNICO-RACIAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES – O Caso da expulsão da criança negra do restaurante, em SP; e o caso do assassinato da criança indígena, no MA.
Após anos de exploração e extermínio do povo africano dentro do território brasileiro, em que a “abolição” da escravatura foi só mais um negócio a ser realizado para fins lucrativos da burguesia Européia, a violência continua.
As crianças pretas não fogem a regra da violência opressora do Capital, sendo humilhadas constantemente pela diferença étnica e racial nos diversos espaços de sociabilidade (escolas, comércios, parques e etc).
Nos últimos dias a mídia expos o caso de uma criança etíope de 6 anos, que fora expulsa de um restaurante no bairro do Paraíso na cidade de São Paulo-SP, atitude racista por parte do ofensor e o estabelecimento negligente. Conduta esta de violência que influencia de forma negativa no processo educativo da criança, que acaba por apropriar-se da ideologia dominante, acreditando que o belo é o branco, que sua etnia representa desqualificações, interferindo em seu desenvolvimento psicossocial.
Assim como o povo africano, a população indígena também carrega em sua história um marco de exploração e segregação, seguidos do extermínio, o que presenciamos até hoje, como ocorreu há algumas semanas a triste notícia sobre o caso de uma criança indígena, de 8 anos, que foi queimada e assassinada por madeireiros, no município de Arame-MA.
Fatos como esses representam gravíssimas violações do direito da criança, rasgando a luta de efetivação do Estatuto da Criança e do Adolescente que diz em seu artigo 5º: “Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punindo na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais”.
As marcas dessa violência serão levadas durante toda a vida destas crianças e suas famílias, que representam inúmeros casos de opressão racial contra o publico infanto-juvenilo vivenciadas permanentemente.
Enquanto houver explorador e explorado presenciaremos em nosso cotidiano situações de racismo e discriminação perante o povo. Enquanto a discrepância social continuar como está a violência e a injustiça vingará, principalmente diante dos mais vulneráveis.
Nós, do Fórum Regional de Defesa do Direito da Criança e do Adolescente – Sé, manifestamos nosso repudio a toda discriminação contra crianças e adolescentes, nos opondo a lógica eurocêntrica e etnocêntrica deste Estado burguês, que tem alimentado de forma ideológica e prática atitudes opressoras.
PELO FIM DA OPRESSÃO!
EM DEFESA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE!
FÓRUM REGIONAL DE DEFESA DO DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - REGIÃO SÉ
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