Casos aumentaram nos últimos anos NATÁLIA CANCIAN COLABORAÇÃO PARA A FOLHA Na maternidade, Luane (nome fictício) soube que não voltaria para casa com seu bebê. A Justiça decidiu que ela não tinha condições de cuidar do menino, que nasceu com uma infecção grave e precisou tomar antibióticos. Richard é o quarto filho que Luane "perde" pelo vício em cocaína e álcool. Dos braços da mãe, a criança foi para um abrigo. Desde o nascimento, em 11 de julho, ela não a viu mais. "Não esperava chegar a esse ponto. Agora, evito tudo", diz. Sua irmã, que já cuida dos outros três sobrinhos, deve ficar com a guarda, o que será decidido em audiência. A história de Luane é semelhante a de pelo menos 81 mulheres atendidas neste ano em quatro maternidades públicas de São Paulo. Levantamento da Secretaria Estadual de Saúde, obtido pelaFolha, mostra que o número de mães que perderam a guarda dos filhos por conta do vício em drogas aumentou nos últimos anos nestes locais. É a primeira vez que os dados são analisados. Só na maternidade Leonor Mendes de Barros, considerada a maior do Estado, o serviço social encaminhou 43 casos à Justiça em 2010 -foram 26 em 2009, 15 em 2008 e um em 2007. O diretor da unidade, Corintio Mariani Neto, diz que há mães que não assumem o vício, mas em alguns casos o problema é detectado já na hora do parto. As crianças nascem prematuras, irritadiças, têm problemas respiratórios e até má-formação. Segundo ele, só parte das mães quer ficar com o bebê. O coordenador de Infância e Juventude do Tribunal de Justiça de SP, Antônio Carlos Malheiros, diz que a quantidade de mães que perdem a guarda dos filhos devido às drogas ainda é muito alta. Para o defensor público especializado em infância Diego de Medeiros, essas crianças deveriam ir inicialmente para outros parentes. |
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Notícia:Mães perdem a guarda de bebês por causa das drogas
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