Embora tenha mudado de nome para FUNDAÇÃO CASA, as práticas continuam as
mesmas da FEBEM.
Sábado dia 16 de julho realizamos um ato com umas cinquenta pessoas, que com certeza indicará caminhos na luta contra as torturas físicas e psicológicas na FUNDAÇÃO CASA/FEBEM.
Corajosas mães se fizeram presente e gritaram nos portões da UI 28 a revolta contra as perversidades da instituição contra seus filhos adolescentes. Organizações que lutam por Direitos Humanos estiveram presentes e reforçaram seu apoio à luta contra a barbárie.
Com cartazes, faixas e panfletos todos expressaram seu repúdio á Direção da Entidade que se utiliza da tortura como forma de educação. Através deste boletim queremos expressar nossa revolta.
Somos mãe/pais, irmãos/ãs, avós/avôs, que nos preocupamos pela integridade de nossos filhos/as, netos/as, que pelo fato de serem negros e pobres, moradores em sua grande maioria, nos bairros periféricos são mantidos confinados na Fundação Casa vítimas de torturas físicas e psicológicas.
No último dia 14 de junho, adolescentes foram barbaramente espancados na Fundação Casa da Raposo Tavares, e tiveram cabeças cortadas, braços e pernas quebradas, grandes hematomas por todo o corpo e parte do dedo decepado, fruto das ações violentas agredidos que foram com socos, pontapés, golpes de cassetetes, pedaços de paus e ferros.
Desta vez resolvemos enfrentar esta violência denunciando para a população da cidade e do estado de São Paulo, para que alguma coisa seja feita em defesa destes jovens, que estão à mercê desta violência e que deveriam estar sobre proteção de um programa regenerador de caráter educacional, mas na realidade são alvo de extrema violência, sendo seus parentes ameaçados de retaliação se caso não silenciem.
Desta vez resolvemos enfrentar e nós familiares nos juntamos com
organizações que lutam por Direitos Humanos e em Ato Público nos portões
da Fundação Casa da Raposo Tavares, denunciamos o que ocorre em seu
interior, a prática desta fundação que em nada mudou dos velhos métodos da antiga FEBEM.
Decidimos não mais calar frente a estes ataques, como se já não bastasse
a nossa situação vítimas da falta de direitos sociais, sem moradias dignas, trabalho mal remunerado, sem educação de qualidade, falta de assistência médica e outras necessidades básicas e ainda somos privados da companhia de nossos filhos, confinados neste tipo de recolhimentos de jovens supostamente infratores, confinados em espaços onde para visitá-los somos vítimas de revista vexatória, que tem como intuito dificultar nossos acompanhamentos sobre as condições em que estes adolescentes se encontram.
Estamos dando início a uma campanha sistemática contra os desmandos do
Estado opressor, lutaremos por uma Audiência Pública que debata os métodos medievais da Fundação Casa ex-Febem, e exigiremos seu fechamento ou a reestruturação.
Fora a Direção incompetente que usa a Tortura como Educação!
Não aceitaremos mais ver nossos filhos sendo torturados!
Estamos dispostas a lutar contra a FEBEM e contra esse Estado opressor que
massacra nossas vidas!
Amparar; Apropuc; Fórum de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente da região Sé; Movimento Negro Unificado; Tribunal Popular: o estado brasileiro no banco dos réus; Grupo Tortura Nunca Mais/SP; Centro de Direitos Humanos de Sapopemba; MNDH Regional SP; Mães de Maio; Instituto Helena Greco de Direitos Humanos e Cidadania, BH-MG; Movimento Indígena Revolucionário – MIR; CSP Conlutas; Grupo Tortura Nunca Mais/RJ; GEPEX.DH - Unifesp/BS; Associação Cultural Fábrica de Gênios; Fórum do Hip-Hop Municipal-SP; Núcleo da Consciência Negra na USP; Centro Acadêmico de História da Unifesp - Coordenação Regional SP da Federação do Movimento Estudantil de História (FEMEH).
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